Instalado em dezembro do ano passado, o semáforo sonoro foi uma boa notícia para os alunos do Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores, que voltaram às suas atividades, nesta semana. Quando o aparelho foi instalado eles estavam de férias.

O equipamento especial para a travessia de cegos, localizado na Avenida Washington Luiz, em frente ao Instituto, agradou os alunos.

Elaine Esméria Batista, assistente social do Instituto, acha esta iniciativa válida. “O semáforo ajuda na travessia; todos os alunos estão felizes, mas alguns ainda têm medo de atravessar”, disse.

José Marcos de Lima, que freqüenta o Instituto há sete anos e trabalha na oficina de vassouras, há um ano, aprovou o equipamento. “Nota 100! Ele é fundamental para a nossa liberdade. Sem ele, teríamos que depender das pessoas. Agora, atravesso sozinho”, relatou.

 “É uma liberdade! Quando é hora de pico era difícil atravessar”, disse Sidnei Francisco Leite, que freqüenta aulas de informática junto com sua esposa, que tem baixa visão.

A Avenida Washington Luiz recebe um fluxo diário de 14,9 mil veículos e abriga pontos de parada do transporte coletivo nas imediações do Instituto, o que aumenta a demanda por travessias na região.

Na manhã desta terça, 1º de fevereiro, profissionais da Empresa de Desenvolvimento de Campinas – EMDEC – foram até o Instituto para orientar os alunos. Os técnicos do Departamento de Controle Semafórico passaram três horas repassando informações sobre o funcionamento do semáforo, ensinando a utilização do equipamento, como iniciar a travessia e fizeram simulações com os alunos.

“Todos adoraram o treinamento. O semáforo dá autonomia para eles e isso é gratificante”, contou Elisângela Bergamin, analista de mobilidade, que participou do treinamento.

Este é o segundo semáforo sonoro destinado à travessia de cegos em operação na cidade. O primeiro equipamento deste modelo foi implantado na Avenida Antônio Carlos Salles Júnior, em frente ao Centro Cultural Louis Braille, no Jardim Proença, e está em operação desde 2001.

O equipamento possui uma botoeira, que emite um sinal sonoro quando acionada para orientar a travessia dos cegos. O investimento total da EMDEC na implantação do projeto foi de R$ 63 mil.