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500 alunos participaram do Programa PARTY em 2010

“A gente percebe que o Trauma pode acontecer a qualquer momento, com qualquer um; inclusive comigo. É muito interessante, porque faz a gente refletir, tomar mais cuidado, prestar atenção em tudo”. A frase é da estudante Mércia Ribeiro dos Santos, de 15 anos.

Ela e outros 79 alunos do Ensino Médio das escolas estaduais Jornalista Roberto Marinho, da Vila Renascença, e Professor Aníbal de Freitas, no Jardim Nossa Senhora Auxiliadora, participaram da última edição deste ano do Programa P.A.R.T.Y. (Prevent Alchool and Risk-Related Trauma in Youth, na sigla em Inglês). O Programa busca a reflexão dos jovens sobre os riscos que estão sujeitos pelo uso do álcool, drogas, direção perigosa, imprudência e brigas.

Os alunos passaram a tarde dessa terça-feira, dia 23 de novembro, no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E tiveram uma aula diferente; uma verdadeira lição de vida.



Logo no início, receberam as boas-vindas da Comissão de Prevenção e Educação da Liga do Trauma (CoPELT) do HC, formada por estudantes do 2º ao 4º ano do curso de Medicina da Unicamp. Na sequência, participaram de palestras educativas ministradas por representantes da Polícia Militar (PM), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC).

Também assistiram a vídeos com imagens chocantes de acidentes de trânsito envolvendo jovens e situações reais de atendimentos de urgência às vítimas. Depois, o clímax do encontro, quando os alunos realizaram visitas monitoradas à Ala de Internação Ortopédica, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outras enfermarias do HC. Nestes locais, os estudantes puderam conversar com os pacientes, ouvindo as histórias de vida e dos acidentes.

De volta ao Auditório do HC, os alunos participaram de atividades com períodos de reflexões sobre ações seguras no dia a dia; e de um bate-papo com a cadeirante Washington da Conceição Moura, 33, que por conta de uma escolha errada ficou tetraplégico.

Todas estas atividades têm somente um objetivo: conscientizar os estudantes sobre como a combinação jovens – álcool – escolhas irresponsáveis pode ser extremamente perigosa e, muitas vezes, fatal. O Programa é voltado para estudantes de 2º e 3º anos do Ensino Médio da Rede Estadual, que estão se preparando para obterem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A grande meta é a de sensibilizar todos os jovens sobre o Trauma. Mas o que é Trauma?

Trauma
Trauma é um acontecimento não previsto e indesejável, de forma mais ou menos violenta, que produz lesão ou dano ao indivíduo. O Trauma envolve uma grande diversidade de eventos, como acidentes automobilísticos, agressões, quedas, ferimentos por arma de fogo ou arma branca, queimaduras, etc.

Ou seja, o Trauma é uma lesão causada por agente externo. Hoje, ele é reconhecido como uma doença, que tem na prevenção a melhor forma de combate. Pesquisas apontam que 90% dos casos de Trauma podem ser evitados, somente fazendo escolhas seguras, evitando fatores de risco, como álcool, drogas, velocidade, inexperiência, falta do uso do cinto de segurança e o uso do celular ao volante.

No Brasil, considerando a faixa etária dos jovens (16 a 23 anos), o Trauma é o líder em causas de morte. No país, 150 mil pessoas morrem todos os anos, vítimas do Trauma. Isto representa uma morte a cada 4 minutos. Além disto, 400 mil pessoas por ano ficam incapacitadas, temporariamente ou definitivamente, vítimas do Trauma.

Alerta de Fim de Ano
Na visita à Enfermaria Ortopédica, os alunos conheceram o motorista de diretoria João Batista Gonçalves, 41. Gonçalves está internado no HC desde o último domingo, 21. Ele voltava de uma festa de confraternização de fim de ano, realizada pela empresa em que trabalha, quando sofreu um grave acidente de moto.

A festa foi em Itupeva e o motorista é morador de Hortolândia. Eram 16h, quando ele estava na Rodovia dos Bandeirantes, pilotando uma moto de 300 cc. De repente, João Batista foi fechado por um carro, que invadiu a faixa de rolamento em que ele estava.

A cerca de 120 km/h, depois de beber, segundo ele, “apenas dois chopes” na festa, não teve reflexo suficiente e a moto bateu na traseira e na lateral direita do veículo. O motorista teve fraturas expostas no braço esquerdo; fraturas na perna esquerda e direita.

Consciente, recebeu ajuda de um estudante de medicina, que passava pela rodovia. O futuro médico, anônimo, acionou o Resgate, deixou a vítima imóvel e molhou o asfalto quente em que João Batista estava esticado. O atendimento de urgência foi realizado pelo Resgate da Concessionária Autoban, com o apoio do helicóptero Águia da PM. Depois de estabilizado e colocado no helicóptero, em seis minutos já estava no HC.

Após dois dias do acidente, João Batista ainda não sabe o que será do futuro. “Estou me recuperando. É só o começo. Preciso dos braços e pernas para trabalhar, mas sei que não vou ficar 100%. Ficam as marcas no corpo e, principalmente, na lembrança”, declara aos estudantes. E completa, “não sei como vai ser”.

O paciente é pai de duas filhas, de 15 e 12 anos. E deixa um alerta: “Nem pensem em beber e dirigir. Bebida não combina com nada. E muito cuidado com as festas de confraternização de fim de ano. A alegria pode se transformar em tristeza”.

Escolha errada
Novamente no Auditório do HC, os estudantes ouviram o depoimento de Washington da Conceição Moura. O dia 28 de setembro de 1994 não sai da memória dele. Na época com 17 anos, sofreu um acidente incomum, que alterou completamente a sua vida e de toda a família.

Estava instalando uma piscina, numa chácara, em Atibaia. Após o trabalho, colocou a piscina para encher. Sem verificar se ela já estava com um bom nível de água, correu para mergulhar. A piscina estava sem água e ele quebrou o pescoço. Ficou tetraplégico, perdendo o movimento dos braços e das pernas.

“Foi um choque, porque sempre pratiquei esportes. Alguns radicais, como voo de asa delta. Pedia para o tempo passar rápido, para eu me recuperar logo; mas as coisas não funcionam assim”, contou aos estudantes.

Na família, encontrou o ânimo para seguir em frente. Mesmo enfrentando preconceitos. “Tinha pessoas que me olhavam e falavam ‘coitado’”, lembra.

A superação é diária. Hoje, ele joga Rugby. É bicampeão brasileiro, na modalidade para tetraplégicos. Também faz parte do Centro de Referência em Reabilitação, de Sousas. Já recuperou parte dos movimentos e um pouco da coordenação motora.

“Tudo o que sou hoje devo a outras pessoas, que me ajudaram quando eu precisei. Portanto, não custa nada eu repassar os meus ensinamentos aos outros. O que eu sei, deixo como lição de vida para vocês”.

Depoimentos
As histórias de João Batista e Washington impressionaram os alunos. “Nós fazemos as coisas sem pensar e não temos consciência que esses acidentes podem acontecer com a gente”, afirma Karen Taís Pimentel, 17.

“A gente se conscientiza vendo os pacientes. Passamos a prestar atenção no que estamos fazendo”, completa Ane Carolina Pacheco, 15.

“É uma visita interessante, porque faz a gente pensar bem mais antes de fazer algo. Faz a gente ter mais responsabilidade”, diz Sayori Mannasha,15.

Para Alex de Souza, 19, ficou a lição. “Muitas vezes a gente ‘pega’ a moto, corre e não medimos as conseqüências. A vista faz a gente mudar as atitudes”.

P.A.R.T.Y.
O P.A.R.T.Y. é um Programa de Prevenção ao álcool e eventos relacionados ao Trauma em Jovens. Foi desenvolvido no Canadá há 20 anos, e tem o objetivo de conscientizar os jovens sobre fatores de risco relacionados ao Trauma, sobretudo, o consumo de álcool.

Os alunos visitam um hospital de referência e são instruídos por uma equipe multidisciplinar (Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e educadores) que ministra aulas com conteúdo teórico e prático.

Também são apresentados vídeos e os alunos têm a oportunidade de conversar com pacientes vítimas de acidentes e que apresentam graves sequelas.

Em Campinas, o projeto é realizado em parceria entre o Hospital de Clínicas, a EMDEC, Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes, do SAMU e do Centro de Referência em Reabilitação; Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.

O programa começou este ano. Foram nove visitas ao HC, nove escolas participantes e 500 alunos atingidos, que vão funcionar como multiplicadores das informações.

Após a visita ao HC, várias atividades multidisciplinares são desenvolvidas em sala de aula. “Com isto, o estudante não esquece o aprendizado e divide o conhecimento com outros colegas e familiares”, afirma Débora Damasco, chefe do Departamento de Programas de Educação da EMDEC.

“Nossa expectativa é conscientizar os jovens de 16 a 19 anos, fazendo com que eles mudem de comportamento e possam fazer escolhas seguras”, afirma o Dr. Gustavo Pereira Fraga, coordenador da Disciplina de Cirurgia do Trauma da Unicamp. E completa, “o trabalho irá continuar”.

Confira as escolas
Neste ano, o P.A.R.T.Y. atendeu nove escolas de Campinas. São elas:

- EE Barão Geraldo de Rezende;
- EE Professor Benevenuto Torres;
- EE Professor João Lourenço Rodrigues;
- EE Professor Luis Gonzaga da Costa;
- EE Professor Hilton Federici;
- EE Culto à Ciência;
- EE Professor Milton Tolosa;
- EE Jornalista Roberto Marinho;
- EE Professor Aníbal de Freitas.

 



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