Mobilidade para todos: símbolos nos ônibus promovem acessibilidade de usuários daltônicos

Tradicionalmente, no transporte público coletivo, os ônibus são identificados por cores. Em Campinas, as cores estão atreladas às regiões atendidas, facilitando o embarque correto. Mas e quando o usuário possui condições que limitam a diferenciação das cores, como é o caso de pessoas portadoras de daltonismo? Nos ônibus do transporte público coletivo de Campinas, esses usuários contam com símbolos de identificação, que os auxiliam no embarque.
Círculos, triângulos, quadrados e estrelas de quatro pontas. Quem circula pela metrópole e utiliza as linhas municipais, já deve ter notado alguns desses ícones nos veículos. Esses símbolos não estão nos veículos por acaso: eles promovem inclusão e acessibilidade.
A sinalização utiliza uma combinação de formas simples e de alto contraste visual, que podem ser facilmente reconhecidas por pessoas com deficiência na percepção das cores. Distribuídos em pontos estratégicos dos veículos, os símbolos podem ser vistos na dianteira e traseira, no para-choque ou próximo a ele, e nas laterais, um pouco abaixo dos vidros do veículo. A sinalização possui contrastes na cor preto, contornando suas bordas, e fundo branco. E estão divididos em quatro tipos de formas geométricas. Conheça quais são:
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Círculo (cor azul claro / área 1): Ouro Verde, Vila União, Corredor Amoreiras, Campo Belo e Aeroporto de Viracopos.
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Quadrado (cor vermelha / área 2): Campo Grande, Padre Anchieta e Corredor John Boyd Dunlop.
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Triângulo (cor verde / área 3): Barão Geraldo, Sousas, Amarais, Rodovia Campinas - Mogi Mirim e Corredor Abolição.
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Estrela de quatro pontas (cor azul escuro / área 4): Nova Europa, Jambeiro e Estrada Velha de Indaiatuba.

Por conta da incorporação de novos veículos à frota, nos últimos anos, foram adotados padrões cinza e branco; amarelo (linhas BRT Campo Grande) e laranja (BRT Ouro Verde). Ainda assim, as linhas permanecem vinculadas às áreas de atendimento.
Os ícones e seus significados não ficam restritos apenas ao referenciar as cores, mas também carregam o compromisso de promover mais autonomia e segurança para usuários portadores de daltonismo na hora de realizarem o embarque.
Claudio José Fernandes, que é Coordenador de Fiscalização e Operação de Transporte da Emdec, explica que a simbologia presente nos veículos do transporte público coletivo é mais uma forma de inclusão e acessibilidade. “É importante que todos tenham acesso às informações que padronizam as linhas municipais e que os serviços públicos contem, na medida do possível, com iniciativas de inclusão. Ao perceber o símbolo, o usuário saberá que o ônibus pertence e circula em determinada área”.
O daltonismo, também conhecido como discromatopsia afeta principalmente a diferenciação entre vermelho e verde, mas também pode afetar a percepção da cor azul e amarelo. Existem diferentes tipos e graus de daltonismo, sendo que em alguns casos, o indivíduo enxerga apenas em preto e branco.
Semáforos e sistemas sonoros também promovem inclusão
Os semáforos da metrópole também são pensados para atender pessoas com daltonismo. Espalhados pela cidade, os equipamentos possuem uma faixa reflexiva, localizada na altura da luz amarela, permitindo que motoristas daltônicos reconheçam se devem parar (luz acima), ou se devem prosseguir, (luz abaixo). Através do brilho e do contraste, mesmo sem enxergar as cores, os portadores de daltonismo podem identificar essas diferenciações.
Campinas conta ainda com 26 semáforos sonoros, que promovem a acessibilidade e segurança durante a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual. Os equipamentos contam com sinal bluetooth e são acionados por chaveiros eletrônicos individuais (tags). A presença do usuário portador das tags é detectada na medida em que se aproximam dos semáforos com a tecnologia instalada. Pioneiro no país, o sistema que aciona o semáforo sonoro por detecção de presença foi desenvolvido pela Emdec.