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Amoreiras: com 13 km, a segunda maior avenida de Campinas

A Amoreiras é a segunda maior Avenida de Campinas. Com aproximadamente 13 km de extensão, só é menor que a Avenida John Boyd Dunlop, que tem 2 km a mais. A via começa na Avenida João Jorge, no Centro, e termina num viaduto próximo a Rodovia dos Bandeirantes.

O corredor exclusivo de ônibus, que começa na Avenida João Jorge e termina na Avenida Tancredo Neves, ocupa 4,1 km de extensão. Ao todo, 25 linhas de ônibus do Sistema InterCamp passam pelo local; além de aproximadamente 36,3 mil veículos diariamente.

A extensão da avenida é tão longa que ela passa por diversos bairros da cidade, como Parque Industrial, São Bernardo, Jardim do Lago, Vila Mimosa, Jardim Novo Campos Elíseos, Parque Itália e Jardim Paraíso Viracopos.

Todas essas informações sobre a via, no entanto, não tem relação com o nome dado a ela, que vem de tempos mais remotos.

Antes de ser uma das principais, mais longas e mais movimentadas avenidas da cidade, o espaço onde se encontra a Amoreiras fazia parte das terras de Bernardo Alves Teixeira.

Nessas terras pouco se plantava, mas com a instalação de uma empresa de sericicultura na região, o proprietário, prevendo bons lucros, começou a plantar pés de amora para a produção do bicho-da-seda.

Com o passar do tempo, um longo corredor de amoreiras se formou junto à cerca que delimitava as terras de Bernardo Alves Teixeira. Foi assim, que a antiga estrada de terra ganhou a denominação popular de Rua das Amoreiras, que se perpetuou legalmente.

Avenida dos office-boys
Guardinha, patrulheiro, office-boy; não importa a denominação usada. Esses jovens aprendizes foram inseridos no mercado de trabalho por duas instituições que, por coincidência, estão instaladas na Avenida das Amoreiras, desde o século passado. A sede dos “Guardinhas” fica no número 165 e dos “Patrulheiros”, no 906. Alguns números separam dois lugares com objetivos em comum.

A Associação de Educação do Homem de Amanhã (AEDHA) foi fundada como entidade filantrópica em 1965 e ficou mais conhecida como “Guardinha” porque foi criada para substituir a Guarda de Automóveis de Campinas, que ficava ali desde 1939.

Naquela época, quando as ruas eram menos violentas, os jovens da entidade tomavam conta de veículos na vias da cidade.

A partir de 1955, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) e também presidente da Guarda de Automóveis de Campinas, Ruy Rodriguez, iniciou um processo de transformação do sistema de trabalho dos jovens. Os guardinhas começaram a receber acompanhamento e mais oportunidades de crescimento profissional.

Atualmente, os jovens atendidos pela AEDHA recebem cursos específicos para atuarem dentro das empresas, reforço escolar, auxílio médico e odontológico.

Outra entidade com objetivo de inserir o jovem no mercado de trabalho é o Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro de Campinas (CAMPC). Quando foi fundada, em 1966, tinha o nome de Patrulheiros Mirins de Campinas.

Os fundadores foram o Dr. Roland Peres, juiz substituto da Primeira Vara Criminal e de Menores, e Maria Angélica Barreto Pyles, pedagoga e psicóloga, como um trabalho socioeducativo, cujo objetivo era promover a inserção social de adolescentes carentes da periferia do município.

A primeira sede da entidade foi o porão do Palácio da Justiça, onde se formaram 16 garotos. Depois de passarem por três meses de curso foram encaminhados para estágio educativo em estabelecimentos comerciais.

Na década de 1970, muitas mudanças o correram na instituição. A sede própria foi inaugurada em uma área de 19 mil m² doada pela Prefeitura. Pela primeira vez foi formado um grupo de patrulheiras, que foram inseridas no mercado de trabalho, ainda dominado pelos homens. Nessa época, a entidade adotou o nome atual, CAMPC.

A entidade atende jovens de 15 a 18 anos incompletos; e tem parceria com 240 empresas de Campinas.

Os pés de amora se foram, mas chegaram as residências
Pode não parecer, mas a aparência cosmopolita e comercial que a Amoreiras tem em seu início muda radicalmente na altura do número 5.000, onde as residências começam a ocupar o espaço.

Neuza Marques Lovatto mora na via desde 1956, no Bairro São João. Quando se mudou para o local, a estrada era estreita e o chão de terra batida. “Tinha muitos pés de eucalipto por aqui e muito barranco”, lembra.

A cunhada de Neuza, Irene Lovatto, lembra que tinha duas igrejas com o mesmo nome na região. “Hoje a igreja do bairro se chama Igreja São João Batista”, conta.

A via, hoje com muitos estabelecimentos comerciais, tinha o comércio dominado pelas pequenas vendas.

Mauro Misso, morador da via desde 1963, diz que uma das principais diferenças entre a Amoreiras de hoje e a de ontem é a quantidade de veículos que passam por ela.

“Antigamente passava só os caminhões que entregavam mercadoria na cidade. Não passava carro. O pessoal, naquela época, andava a cavalo ou charrete”, lembra o veterano morador.

Esses eram outros tempos. Com a quantidade de veículos que passam pela via hoje, se pode dizer que o trânsito de Campinas evoluiu com a Avenida das Amoreiras.


Apoio à pesquisa: Wagner Paulo dos Santos

Fontes:
www.guardinha.org.br
www.patrulheiroscampinas.com.br



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