Dando continuidade às ações da Prefeitura para a construção de uma cidade cada vez mais acessível, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC) iniciou, nesta quarta-feira, dia 22, a operação de um novo semáforo sonoro especial destinado à travessia de cegos.

O novo equipamento se localiza na Avenida Washington Luiz, em frente ao Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores, no Jardim Leonor. Fundado em 1933, o Instituto recebe diariamente cerca de 60 deficientes visuais, que têm aulas de locomoção, informática e Braille, entre outras atividades.

Além disso, a Avenida Washington Luiz recebe um fluxo diário de 14,9 mil veículos e abriga pontos de parada do transporte coletivo nas imediações do Instituto dos Cegos, condição que aumenta a demanda por travessias na região.

“É um equipamento fundamental porque nossos assistidos têm o objetivo de se locomoverem sozinhos, mas precisam de condições para isso. Nosso objetivo é que eles se tornem independentes, mas com segurança. E é isso que esse semáforo vai propiciar”, disse o presidente do Instituto, Vicente de Paulo Monteiro.

“A implantação deste semáforo soma-se às ações que a Prefeitura têm adotado para a construção de uma cidade mais acessível”, ressaltou o diretor de Operações da EMDEC, João Carlos Fagundes.

Este é o segundo semáforo sonoro destinado à travessia de cegos em operação na cidade. O primeiro equipamento deste modelo foi implantado na Avenida Antônio Carlos Salles Júnior, em frente ao Centro Cultural Louis Braille, no Jardim Proença, e está em operação desde 2001.

Tecnologia inovadora
O semáforo implantado na Avenida Washington Luiz conta com uma tecnologia inovadora, desenvolvida por técnicos da própria EMDEC.

O equipamento possui uma botoeira, que emite um sinal sonoro quando acionada para orientar a travessia dos cegos. A novidade é que a botoeira não permite o acionamento do pedestre enquanto a indicação luminosa do semáforo não estiver no vermelho para os motoristas e no verde para o pedestre. Esta medida visa ampliar a segurança nas travessias.

Além disso, a intensidade da frequência sonora que orienta a travessia é alterada e torna-se intermitente quando o tempo de travessia está se esgotando.

“Este semáforo vai nos ajudar bastante porque esta é uma avenida muito movimentada e, às vezes, demorava muito tempo para atravessá-la”, disse a deficiente visual Daniela de Oliveira, que é aluna do Instituto e acompanhou o início de operação do novo equipamento.

“Antes, era um sacrifício muito grande para que os alunos fizessem as travessias. Muitas vezes, tinha que parar meu serviço para ajudá-los porque o movimento dos carros sempre foi muito grande. Agora, esse problema vai acabar”, disse o zelador Laércio Ferreira, funcionário do Instituto dos Cegos há 21 anos.

Com o objetivo de ampliar a segurança nas travessias e a acessibilidade do local, a EMDEC também implantou sinalização especial em Braille, rampas acessíveis e piso podotátil.

Outra intervenção foi a construção de uma “ilha” de concreto no centro da Avenida Washington Luiz, que possui duplo sentido de circulação, para ampliar a proteção oferecida nas travessias.

A EMDEC reforçou, ainda, as sinalizações horizontal e vertical na Washington Luiz, no trecho entre as avenidas Marechal Carmona e Celso Silveira Rezende (Marginal do Piçarrão). Tachões também foram implantados no espaço para disciplinar o fluxo de veículos ao longo da avenida.

O investimento total da EMDEC na implantação do projeto foi de R$ 63 mil.