Uma experiência sociocultural realizada na última semana pelo Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas (Comec) em parceria com a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), no Terminal Central, quebrou a rotina de correria e indiferença que assola as relações humanas na atualidade. A atividade denominada “O invisível que volta aos olhos”, colocou em contato pessoas totalmente diferentes que freqüentam diariamente o Terminal, que é um espaço de passagem de mais de 70 mil pessoas todos os dias.
As educadoras sociais da Comec, entidade que atende cerca de 80 jovens e suas famílias, Patricia, Ariane e Aliane ficaram muito satisfeitas com o resultado e empolgadas com o interesse das pessoas em participar. A simples idéia de carimbar a própria mão junta com outras se tornou uma experiência sociológica encantadora.
Começou com duas jovens, de 14 anos, Erika, do Jardim Itaguassu, e Julia, do Jardim São Cristovão. Andavam pelo Centro para ver vestidos para uma festa de debutantes e gostaram muito da experiência. “Que legal. Quando eu for uma grande cantora vou poder dizer que este foi meu primeiro autógrafo”, brincou a sonhadora Érika.
Outro personagem de deixou o decalque das mãos, foi Henriberto Hugo Schuck, 66 anos, descendentes de imigrantes alemães e holandeses. Em sua simplicidade, contou a história de que seus familiares se refugiaram no sul do Brasil durante a Segunda Grande Guerra. O mais importante é verificar que cada pessoa que passa muitas vezes despercebida, invisível na massa, tem uma história repleta de sonho e diferentes pontos de vistas que devemos respeitar, ainda mais em tempos de tanta intolerância. Ao lado das mãos dele, dois pares de mãozinhas, da Raiane, 4, e Emily,3, e toda uma vida pela frente.
A esteticista Fran, 32, deu uma paradinha na sua correria e pintou às mãos de vermelho com cuidado para não tingir seu avental branquinho. “Muito bacana! Mostra que a gente é tudo igual”, filosofou.
O metalúrgico aposentado, Ademir, 61 anos, confessou que nunca tinha brincado com tintas. “Nunca na minha vida tinha feito isso. É uma experiência diferente”. As patrulheiras Julia, Letícia e Lohany estavam passando pelo Terminal, depois do expediente e também entraram na brincadeira. Também não ficou de fora o Agente da Mobilidade Urbana, Branco, de 43 anos.
Para a gerente de Educação da Emdec, Silvana Sandoval, o objetivo da ação foi alcançado. “Aqueles que passavam invisíveis em meio à multidão, usuários do transporte público e passantes eventuais, tiveram um momento lúdico, de alegria e descontração, além da terem uma lição sobre respeito ao próximo”. Também deixaram suas marcas que ficarão exibidas até o final do mês no mural da Emdec no Terminal Central.
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