Quem costuma embarcar nos terminais Central e Mercado utiliza um sistema de pagamento da tarifa diferenciado adotado pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). Nela, o Bilhete Único ou QR Code são debitados em duas etapas, ao passar pelas catracas do terminal e no interior dos ônibus.

A dinâmica diferenciada gerou o “mito” de que o valor da passagem é computado duas vezes. No entanto, não há acréscimo no valor da tarifa ou cobrança duplicada. Na prática, os usuários pagam, nas catracas dos terminais, 80% da tarifa do Bilhete Único ou QR Code. Os 20% restantes são debitados de forma embarcada, com entrada pela porta dianteira dos ônibus.  

Apelidado de “80/20”, o sistema de pagamento existe apenas para identificar em qual linha de ônibus e empresa operadora do transporte o usuário embarcou. Permite, assim, que a Emdec distribua corretamente a remuneração entre os operadores do sistema convencional e das cooperativas.

O sistema foi adotado para que fosse possível implantar nestes terminais acesso exclusivo para usuários do transporte coletivo. A estratégia utilizada desde 2022 proporciona mais segurança e conforto para os usuários, além de favorecer a conservação e a manutenção dos espaços.

Usuários aprovam fechamento
A autônoma Gabriela Santos, 43 anos, utiliza a linha 263 (Terminal Padre Anchieta) para realizar o trajeto Jardim Rosália – Centro e aprovou o fechamento. “A principal melhoria depois da revitalização foi em relação à segurança. Nesse ponto, não tenho do que reclamar. Ficou bem melhor o acesso só para quem usa as linhas”, conta. 

A campineira Ângela Maria de Souza, 60 anos, é moradora da Vila Mimosa e utiliza a linha 317 (Jardim São José / Jardim São Marcos) para acessar a região central. “Sempre utilizei o Terminal Mercado. A estrutura ficou melhor depois da reforma, coberta, mais confortável. O fato de ser fechado tornou o espaço mais limpo e mais seguro. Antes, havia mais vandalismo praticado por quem não usava o terminal”.

Terminal Central foi fechado em 2022
O Terminal Central, que fica na rua Cônego Cipião, foi o primeiro a receber o sistema “80/20”. O espaço passou a ter acesso exclusivo para usuários em outubro de 2022, em benefício da segurança dos passageiros e para minimizar as situações de vandalismo.

O fechamento definitivo aconteceu depois de uma série de melhorias de infraestrutura. Na época, para viabilizar o fluxo de pessoas que utilizam o comércio informal nos arredores do terminal, foi construída uma passarela de pedestres.

O Terminal Central recebe linhas operadas pelas empresas do sistema convencional Onicamp, Itajaí, Campibus, VB1 e VB3 e, também, pela cooperativa Altercamp.

Terminal Mercado é exclusivo para usuários desde julho
Após uma ampla requalificação do espaço, o Terminal Mercado passou a ser fechado em julho de 2024, também como forma de trazer mais segurança para os usuários do espaço. As melhorias contemplaram ampliação e cobertura de quatro plataformas, acessibilidade, infraestrutura renovada, nova sinalização e comunicação visual.

Em novembro, a Emdec deu início à segunda etapa de melhorias, que contempla ampliação das áreas cobertas das plataformas e travessias; e obras de alvenaria para ampliação da cabine de controle operacional. Operam o Terminal Mercado linhas do sistema convencional VB3 e Campibus, além das cooperativas Altercamp e Cotalcamp.

Postos de atendimento
Os dois terminais contam com postos de atendimento para recarga do Bilhete Único ou aquisição do QR Code. No Central, estão disponíveis terminais de autoatendimento (ATM). Também é possível adquirir créditos nos diversos pontos da rede credenciada.  

Campinas conta com cinco terminais convencionais “fechados”: além do Central e Mercado, Barão Geraldo, Campo Grande e Ouro Verde. Os três últimos não adotam o sistema 80/20 porque são operados exclusivamente por empresas do sistema convencional.