Situações de assédio sexual no transporte público coletivo, em Campinas, poderão ser combatidas por meio de um projeto da Administração municipal desenvolvido em conjunto entre a Secretaria de Transportes (Setransp); a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec); a Secretaria de Segurança Pública; a Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos; e a Guarda Municipal (GM). Batizado como “Bela – Botão de Emergência na Luta contra o Assédio”, ele segue modelo similar ao de botões de pânico, implantados em projetos de segurança, em diversas cidades.
A nova tecnologia foi lançada pelo prefeito Dário Saadi na tarde desta terça-feira, dia 24 de agosto, durante evento no Paço Municipal. Também participaram da cerimônia o secretário de Transportes, Vinicius Riverete; o presidente da (Emdec), Ayrton Camargo e Silva; a secretária de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, Vandecleya Moro; a comandante da GM, Maria de Lourdes Soares; o vereador Jaime de Souza, representando a Câmara Municipal; e a diretora de Projetos Estratégicos e Cidade Inteligente da Emdec, Mariana Savedra Pfitzner. A apresentação de funcionalidades do aplicativo foi realizada pelo gerente da Divisão de Tecnologia de Informação da Emdec, José Wilson Ribeiro de Castro.
O prefeito Dário destacou a importância do projeto. “Desejamos que o aplicativo tenha sucesso na rede de proteção às mulheres. É um instrumento de tecnologia que a mulher terá para tentar se proteger e evitar esse absurdo, ato horrível, que é o assédio sexual dentro dos ônibus”, salientou.
O secretário Vinicius destacou o trabalho para o desenvolvimento do projeto com um agradecimento especial. “É uma inovação, o começo. Estamos revolucionando o transporte público. Essa é uma dentre diversas ações de melhorias no transporte”, destacou.
Ayrton Camargo destacou o cumprimento de objetivos determinados pelo prefeito Dário. “Estamos dando materialidade ao nosso compromisso com a inovação e na proteção aos mais frágeis”.
A secretária Vandecleya Moro lembrou da importância do lançamento do projeto no “Agosto Lilás”, que é o mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, e das parcerias. “Tínhamos um problema, uma ideia e, agora, uma solução. Com o aplicativo teremos a conscientização, a prevenção e a repressão”.
Para a comandante da GM, “Campinas está, mais uma vez, na vanguarda na defesa da mulher e no enfrentamento da violência”. Maria de Lourdes também destacou que os guardas municipais passaram por uma capacitação, para o adequado atendimento a esse tipo de ocorrência.
Como funciona
O botão “Bela” está disponibilizado no Aplicativo da Emdec e pode ser acionado pelas pessoas que se sintam em situações de assédio sexual, vítimas ou qualquer pessoa que presencie a ocorrência. O ícone, disponibilizado para os sistemas Android e iOS, tem o nome “Bela”.
Para utilizá-lo, o usuário precisa realizar um cadastro inicial com antecedência, informando o nome, telefone, data de nascimento; e nome do responsável e telefone do responsável, no caso de menor de idade. Também deve permitir acesso à localização do celular, durante todo o tempo. O cadastro é realizado uma única vez, devendo ser feito logo que baixar o aplicativo da Emdec. Quem já possui o aplicativo deve baixar a nova versão.
No caso de sofrer algum tipo de assédio sexual dentro do sistema de transporte público coletivo municipal, o usuário aciona o botão específico no aplicativo. Com base na localização do celular e utilizando o banco de dados do aplicativo “CittaMobi”, aparece a opção de linhas que circulam na região. O usuário seleciona a linha e envia a solicitação. Há um tempo de quatro segundos para cancelar a chamada.
A chamada sendo confirmada, a Central de Operações da GM é acionada. O operador da Central tem acesso ao itinerário da linha informada e, também, à localização da vítima, em tempo real, possibilitando a melhor definição de estratégia de abordagem do ônibus. O aplicativo deve estar ativo o tempo todo, mesmo em segundo plano, para o acompanhamento da localização da vítima.
Importante destacar que não somente a vítima de assédio sexual pode utilizar o aplicativo. Qualquer pessoa que presenciar tal situação poderá utilizar o aplicativo, neste caso informando que não é a vítima.
Após a abordagem, a GM segue os protocolos definidos para este tipo de caso.
FOTO: Carlos Bassan (PMC)