O Caderno de Acidentalidade 2020 faz um balanço da primeira “Década de Ações pela Segurança no Trânsito 2011 – 2020”, que foi instituída mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Campinas. Ele traz informações sobre a evolução da frota de veículos e população, nos últimos dez anos; e a acidentalidade.
Em 2011, eram 744.550 licenciados em Campinas. Já em 2020 eram 922.266, representando um crescimento de 23,9%. No mesmo período, a população saltou de 1.088.611 para 1.213.792, aumento de 11,5%. A taxa de motorização, que é a relação entre veículos por habitantes, passou de 0,68 para 0,76, crescimento de 11,8%.
Mesmo com o aumento da frota, da população e da taxa de motorização, o número de mortes no trânsito urbano de Campinas foi reduzido em 58,8%, caindo de 148 vítimas em 2011, para 61 em 2020. A mortalidade por 10 mil veículos é de 0,66.
Ainda na comparação entre 2011 e 2020, ocorreu queda de 60,4% nas mortes envolvendo pedestres, de 53 para 21; redução de 65,7% nas mortes envolvendo motociclistas, de 70 para 24; e diminuição de 36% nas mortes de ocupantes de demais veículos, de 25 para 16, sendo que seis são ocupantes de bicicletas. Em 2020 ocorreram 61 acidentes fatais na malha urbana de Campinas, resultando nas 61 mortes.
Como destaques positivos, comparando 2019 com 2020, ocorreu significativa redução, de 25%, no total de acidentes fatais envolvendo ocupantes de motocicletas, caindo de 32 para 24 vítimas fatais. Campanhas educativas em 2020 tiveram como foco principal os motociclistas, principalmente os que trabalham com entregas por aplicativos.
Também ocorreu redução, de 14,1%, no total de atropelamentos, caindo de 249 para 214. Mas, comparando 2019 com 2020, as mortes de pedestres aumentaram 61,5%; e ocupantes de demais veículos, alta de 6,7%. O total de vítimas fatais teve variação de 1,7% (de 60 para 61).
Perfil das vítimas fatais
Das 61 vítimas fatais no trânsito urbano de Campinas em 2020, 87% (53) eram do sexo masculino; e 13% (08) do sexo feminino. Os ocupantes de motocicletas mortos no trânsito eram predominantemente jovens. A maior concentração está na faixa etária de 18 a 23 anos, 29,2% das vítimas (7 pessoas). Em seguida vem a faixa etária de 36 a 41 anos (25%).
Do total de vítimas por atropelamento, 38% (08) eram idosos a partir de 72 anos. Do total de acidentes fatais, 48% ocorreram no período noturno, ente 18h e 23h59.
Veículos envolvidos em acidentes fatais
A motocicleta, que representa 15% da frota, esteve envolvida em 48% dos acidentes fatais, sendo 40% em acidentes com vítimas e 8% em atropelamentos.
Os ciclistas representaram 9,8% das vítimas fatais de 2020.
Velocidade e álcool: fatores de risco
O Caderno de Acidentalidade traz uma análise dos fatores que contribuíram para a fatalidade dos acidentes, em 2020. Para os condutores de veículos, o excesso de velocidade, a ingestão de bebidas alcoólicas e o desrespeito à sinalização foram fatores preponderantes. E em torno de 60% dos ocupantes dos veículos não utilizavam o cinto de segurança.
Para os pedestres, a imprudência (desrespeito à faixa de pedestres, travessia em sinal vermelho e travessia em local impróprio) e o álcool foram os fatores contribuintes.
Na análise, 48,5% das vítimas mortas que passaram por exame de alcoolemia estavam alcoolizadas no momento do acidente. Do total de registro de alcoolemia, 44% eram motociclistas, 31% condutores dos demais veículos; e 25% pedestres.
Do total de casos de alcoolemia, 56% tinham entre 30 e 59 anos de idade; 94% dos casos foram na noite ou madrugada; e 75% dos casos foram de sexta-feira a domingo (fim de semana).