O cronograma das obras dos três corredores BRT (Bus Rapid Transit – Ônibus de Trânsito Rápido) no município – Campo Grande, Ouro Verde e Perimetral – e a nova licitação para a concessão do serviço de transporte público coletivo foram temas de Reunião Extraordinária da Comissão de Mobilidade Urbana e Planejamento Viário da Câmara de Vereadores. O encontro, presidido pelo vereador Jorge Schneider, foi realizado na tarde de terça-feira, 3 de abril, no Plenário  "José Maria Matosinho”.

O secretário de Transportes e presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Carlos José Barreiro, detalhou aos presentes os dois assuntos. Além do vereador Schneider e do secretário Barreiro, também participaram da mesa os vereadores Alberto Alves da Fonseca e Rodrigo Luis de Barros Almeida. No plenário estavam diversos vereadores e público.

Barreiro fez uma apresentação sobre o andamento das obras do BRT, além de exibir um vídeo sobre os trabalhos de pavimentação de parte dos corredores Campo Grande e Perimetral. Na sequência, detalhou as informações sobre a nova licitação para a concessão do transporte público coletivo municipal. “Teremos eixos estruturantes do transporte, onde haverá a atuação de linhas troncais. O Serviço Alternativo será complementar ao sistema atual”, revelou.

Durante a reunião extraordinária também foi aberto espaço para os vereadores presentes fazerem questionamentos sobre assuntos que não estavam na pauta. Foram abordados temas como destinação dos valores arrecadados com multas de trânsito; avanço de semáforo vermelho no período das 19h às 6h; possibilidade para a gratuidade no transporte público para idosos a partir dos 60 anos; resolução dos aplicativos de transporte; licitação dos abrigos de ônibus; reestruturação dos terminais urbanos; subsídio para o transporte público; ligação para o Aeroporto Internacional de Viracopos; e marginais da Rodovia Santos Dumont. Todos os questionamentos foram respondidos pelo secretário Carlos Barreiro.

Nova concessão
A licitação para a nova concessão do transporte público coletivo de Campinas tem três objetivos básicos principais: criar uma nova rede de transporte; atualizar a rede, com o atendimento de novas demandas; e requalificar a operação e os veículos.

Dentro das principais diretrizes estão: ampliar a integração, oferecendo maior diversidade de destinos; eliminar parte das sobreposições de linhas e realocar a frota; e diminuir o tempo de viagem.

O conceito do Desenvolvimento Orientado pelo Transporte Público Sustentável (DOTS) está inserido na nova licitação. Em cada área operacional haverá, pelo menos, um eixo estruturante. O uso de veículos movidos com energia limpa também faz parte do novo sistema que será criado. Outra novidade será a criação de ligações perimetrais, de acordo com a demanda.

O município será dividido em seis áreas operacionais; além de uma área central de operação comum, que será chamada de “Área Branca” e por onde circularão apenas veículos de energia limpa.

A nova licitação tem quatro objetos bem definidos: operação regular do serviço de transporte público na Modalidade Convencional; operação da Modalidade Seletivo, que poderá ser criada; operação do Programa de Acessibilidade Inclusiva (PAI-Serviço); e operação dos futuros corredores do BRT (Bus Rapid Transit – Ônibus de Trânsito Rápido).

Entre alguns aspectos gerais da nova licitação estão: prazo de contratação de 15 anos; modalidade da contratação por menor preço / maior outorga; investimentos do concessionário em frota e tecnologia embarcada; contratos assinados por SPE (Sociedade de Propósito Específico); e a organização dos novos concessionários para a criação de entidade responsável pela implantação e operação do Centro de Controle Operacional e do Sistema de Bilhetagem Eletrônica.

As empresas serão responsáveis pelo processo de requalificação de motoristas, que seguirão diretrizes da Emdec. A idade média da frota não poderá ultrapassar os cinco anos. Mesmo com todas as novas ações, a tarifa terá valor único em todas as linhas, independentemente da extensão. Além disso, a integração temporal por 2h também está mantida.

BRT
O BRT campineiro irá beneficiar cerca de 450 mil pessoas que residem nos distritos do Campo Grande e Ouro Verde. O sistema contempla estações de transferência e infraestrutura adequada; veículos articulados ou biarticulados; corredores exclusivos com espaços para ultrapassagens; embarque e desembarque pela esquerda (junto ao canteiro central das avenidas); embarque em nível; e pagamento desembarcado. O sistema será mais seguro, rápido, eficiente e confiável.

O BRT Campo Grande terá 17,9 km de extensão, saindo da região central (Terminal Mercado), seguindo pelo leito desativado do antigo VLT, Avenida John Boyd Dunlop, passando pelo Terminal Campo Grande e chegando ao Terminal Itajaí. Serão construídas 12 obras de arte (pontes e viadutos).

No Ouro Verde serão 14,6 km de extensão, saindo da região central (Terminal Central), seguindo pela João Jorge, Amoreiras, Ruy Rodriguez, passando pelo Terminal Ouro Verde, Camucim até o Terminal Vida Nova. Nesse trajeto serão construídas quatro obras de arte (pontes e viadutos).

Entre os dois corredores haverá um Corredor Perimetral com 4,1 km de extensão, ligando a Vila Aurocan até o Campos Elíseos, seguindo pelo leito desativado do VLT.

Os três corredores BRT do município têm custo total de R$ 451,5 milhões. Serão 36,6 km de corredores, com tempo total de obras de três anos, que estão sendo contados desde maio/2017.