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Balão do Tavares: ponto de referência na cidade

Tradição da Igreja Católica, a Semana Santa celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Para os religiosos, o período deve ser dedicado às celebrações, procissões e penitências. Entre os principais costumes, o jejum da carne vermelha é uma das formas de abstinência, restringindo o cardápio apenas a frutos do mar.

Para Antônio Tavares Junior, 67, no entanto, a época é sinônimo de vendas. Combinando experiência e conhecimento, o proprietário do Frigorífico Tavares aproveita as tradições para lucrar. Segundo levantamentos do próprio local, o aumento das vendas chega a ser 10 vezes maior que em outras épocas do ano.

Localizado no bairro Quarto Centenário, o estabelecimento se tornou ponto de referência na cidade. A família Tavares, por sua vez, está no ramo desde o início de 1940. “Meu avô, minha tia e meu pai sempre trabalharam com a venda de peixes. Eu entrei no ramo por influência, mas hoje faço por prazer e satisfação”, conta Antônio.

Inaugurado em 1964, o frigorífico já passou por altos e baixos. A partir da década de 70, atingiu seu ápice como produtor, atacadista, varejista e fabricante de gelos. “Nós tínhamos barcos de pesca no litoral paulista, no sul e em rios do Mato Grosso e Minas Gerais. Com eles, acabamos nos tornando um distribuidor para todo o país.”

No entando, em 2005, um vazamento de gás amônia dos sistemas de refrigeração da fábrica obrigou Antônio à fechar as portas. “Foi uma fase muito difícil na minha vida. Foram muitas noites com dor de cabeça por causa do volume de ligações da imprensa, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público do Trabalho.”

A partir de então, o frigorífico passou a funcionar apenas com o varejo. Com o fechamento da fábrica, o número de funcionários caiu de 36 para 12. “Eu amo o que faço, talvez por isso sofri tanto.”

Apesar das dificuldades, Antônio prevê voltar com as principais atividades do Tavares. “Quero retomar com a fábrica de gelos e congelamento de peixes. Só dependo de alguns assuntos particulares para iniciar uma reforma no prédio. Quem sabe ano que vem tudo volta como era antes”, afirma com esperança.

O Balão do Tavares

Os 47 anos no mercado rendeu, no mínimo, o conhecimento do endereço do frigorífico como ponto de referência para a população campineira. Oficialmente denominado como Praça João dos Santos Teixeira desde 1982, o local sempre foi conhecido popularmente como Balão do Tavares.

“Eu acho muito interessante que todos chamem o balão com o meu sobrenome. Teve uma vez que me deu uma satisfação enorme ao pegar um ônibus e ver no letreiro: Balão do Tavares”, conta Antônio, proprietário do Tavares.

Com um fluxo de aproximadamente 27 mil veículos por dia em horário de pico e fazendo parte do itinerário de cinco linhas do Sistema InterCamp, o Balão do Tavares é umas principais entrada para a cidade.

Apoiada pela empresa responsável pelas obras na Avenida Lix da Cunha, o balão passou por algumas mudanças em 2009. Com o aumento no fluxo de veículos, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC) implantou três conjuntos semafóricos no local.

Para Marcelo Ferreira Lopes, chefe do Departamento de Controle Semafórico, as alterações trouxeram benefícios aos motoristas e pedestres que passam pela região. “Sempre recebíamos muitas solicitações de apoio aos pedestres no balão. Com a implantação, todos foram beneficiados. A região ganhou muito”, conta.

Ponto de táxi
Com oito veículos, o Balão do Tavares recebe também um dos pontos de táxi da cidade. Antônio Roberto Laredo, 60, taxista desde 1972 e morador de uma casa em frente ao Balão do Tavares, considera o ponto como estratégico. “Somos beneficiados pelo fácil acesso à Lix da Cunha, que nos leva rapidamente a importantes pontos de Campinas.”

Já para João Ferreira dos Santos, 48, taxista há 20 anos e no balão desde 2008, os benefícios ultrapassam o trabalho. “Já trabalhei em muitos outros locais, mas acho aqui um dos melhores. Em todos os lugares, somos obrigados a conviver com a violência, mas as amizades que fiz no ponto e no bairro deixam de lado os problemas que passamos diariamente”, conta.

Fonte:
http://www.campinas.sp.gov.br