A adaptação gradativa da frota de ônibus em Campinas será uma das exigências do processo de licitação para o sistema de transporte coletivo. A informação foi dada pelo secretário de Transportes, Gerson Luis Bittencourt, durante palestra para pacientes em reabilitação, terapeutas, psicólogos e médicos do Grupo de Educação e Saúde, do Centro de Referência em Reabilitação, na última quarta-feira, em Sousas. Bittencourt, que abordou uma série de temas relacionados à acessibilidade no transporte, destacou durante o evento que o serviço porta a porta de transporte de pessoas com deficiência, hoje operado pela EMDEC (Serviço de Transporte Acessível e o Serviço de Atendimento Exclusivo), também deverá ser assumido pelas empresas permissionárias. Essa será mais uma exigência prevista na licitação. Ele esclareceu que a gestão continuará sobre a responsabilidade do Poder Público, mas as empresas responderão pela operação e manutenção dos serviços. "Esse tipo de transporte já está incluso no valor da tarifa e as empresas deverão garanti-lo". Bittencourt ainda foi mais enfático sobre a operação realizada pela EMDEC. "A EMDEC "erra" ao gastar o dinheiro público com esse serviço. Ele deve existir e até ter o dobro dos veículos, mas deve ser mantido pelas empresas." Assim como na saúde, lembrou o secretário, a regulação do serviço, que será privado, tem que ser feita pelo Poder Público. "Exigências e a fiscalização serão nossas responsabilidades para que a qualidade seja mantida - já que o serviço tem excelência no padrão de atendimento. Eu me preocupo com o usuário, com a qualidade do serviço e não quero saber se ele é privado, eu quero que ele atenda a uma fila que só cresce". Ele explicou que enquanto ele for operado pela EMDEC, isso não vai acontecer, pois não existem recursos. Já em relação à adaptação dos ônibus, Bittencourt lembrou que Campinas já vai testar um veículo com piso baixo, mais barato e mais acessível. Gestão e infra-estrutura são indispensáveis para garantir acessibilidade O secretário de Transportes, Gerson Luis Bittencourt, destacou vários outros instrumentos que influenciam na acessibilidade no transporte. O veículo é só um deles, afirmou. "Precisamos pensar num conjunto de instrumentos como as calçadas, os terminais, a segurança, pontos de embarque, que podem ser até mais estratégicos. De nada adianta o transporte ser adaptado se o usuário não conseguir chegar até ele". Outros instrumentos de gestão devem ser considerados para garantir a acessibilidade, destacou. "É preciso capacitar os operadores e funcionários, contribuir no desenvolvimento de novas tecnologias e ampliar o atendimento". Elogio Durante o evento, Bittencourt recebeu uma série de reivindicações dos usuários para ampliação de linhas e mudança de itinerários do Serviço de Transporte Acessível A participação do secretário no evento foi elogiada por Maria Rodrigues Naves, psicóloga que coordenou os trabalhos. Ela destacou que a luta pela inclusão plena dos portadores de deficiência passa pela inclusão no transporte. "Essa visita do secretário para esclarecer as dúvidas de usuários e profissionais da área é muita positiva Denise Pereira