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Um gesto que salva vidas

Pedestre na calçada, virado para os veículos, estendendo o braço em direção à rua, com a mão aberta. Ainda incomum em Campinas, este gesto pode ser praticado nas faixas de travessia que não tiverem semáforo, para sinalizar a intenção de atravessar. Mas é essencial fazer contato visual com os motoristas e esperar eles pararem antes de pôr os pés na rua.

A orientação, que já virou praxe em outras cidades, está sendo divulgada no município pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), dentro da Campanha VIVA, lançada em junho de 2018 para reduzir em no mínimo 15% as mortes por acidentes de trânsito. Em 2017, as ruas campineiras registraram 86 vítimas fatais, sendo 41 motociclistas, 31 pedestres, 11 ocupantes dos demais veículos e 3 ciclistas.

Independentemente desse gesto, os motoristas devem sempre dar preferência de passagem aos pedestres que se encontrem nas faixas a eles destinadas – sobretudo pessoas com deficiência, crianças, idosos e gestantes. Mesmo se o semáforo abrir aos veículos, a preferência é de quem ainda não concluiu a travessia. O sinal do braço estendido torna essa interação mais segura e eficaz.

Além disso, todo condutor precisa ter especial prudência ao se aproximar da faixa, transitando em velocidade moderada, para poder parar com segurança. Neste sentido, cuidado com os vilões à espreita, principalmente álcool, celular e velocidade. Dirigir embriagado reduz o tempo de reação em até 25%. Já os celulares quadruplicam o risco de acidentes, enquanto correr provoca e os agrava.

Segundo o Artigo 29, §2º, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), “Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”.
Os pedestres, por sua vez, devem circular exclusivamente pela calçada, também respeitar a sinalização (atravessar sempre pela faixa, nunca quando o semáforo estiver aberto aos veículos) e sinalizar a intenção de atravessar estendendo o braço nas faixas sem semáforo. Evite erguer o polegar, para não confundir com carona.

De acordo com o secretário municipal de Transportes e diretor-presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, todos os cidadãos podem contribuir decisivamente na divulgação deste sinal: “É inegável a importância de cada um de nós para popularizar esse novo hábito, que promove as travessias seguras no município. Daqui a alguns anos, constataremos a onipresença do gesto nas ruas e saberemos que vidas foram preservadas através de nossos esforços”.


 


Educação
Essas orientações são fundamentais, porque a falta de educação ainda mata, e deixa sequelas. Em um trânsito exercido por pessoas, ignorar as regras e não perceber o outro pode ser fatal.

Por isso, a Campanha VIVA ensina sobre mobilidade consciente e dissemina o respeito entre todos os usuários das vias públicas, sejam eles pedestres, passageiros, ciclistas, motociclistas ou motoristas, focando principalmente no uso das faixas de travessia. O slogan é “Viva a segurança no trânsito”.

Além da pintura de faixas de pedestres com a palavra “VIVA”, observada, por exemplo, em frente à Estação Cultura e na Avenida Dr. Ângelo Simões, Avenida da Saudade, Rua Dr. Salles Oliveira, Terminal Central e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela inclui 50 busdoors (adesivos nos vidros traseiros) em ônibus do transporte público coletivo municipal, 30 totens (placas verticais) instalados na cidade, veiculações em rádio e 200 mil folhetos. Há diversas publicações educativas nas páginas oficiais da Emdec criadas no FacebookInstagram e Twitter.

Também ocorre a Faixa Musical, intervenção urbana em que os pedestres ouvem notas musicais ao pisarem na faixa. A ideia é promover uma nova ocupação do espaço público, aclamando quem faz escolhas certas, harmoniosas, seguras. Trânsito humanizado, funcionando “por música”.

A VIVA é somente uma das campanhas da Emdec, que já realiza constantes programas e ações de educação para a mobilidade.

Autor: Edgard Oliveira Jr. Arte: Luís Otávio Última alteração em 06 de Abril de 2020 às 11:37