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Campinas reduz mortes no trânsito pelo terceiro ano consecutivo



Em 2016, Campinas teve 74 mortes no trânsito, 15,9% menos que em 2015, quando foram 88 óbitos, 22,9% menos que em 2014, quando foram 96, e 26,74% menos que em 2013, quando foram 101. Os números, detalhados no Caderno de Acidentalidade 2016, foram divulgados pelo prefeito Jonas Donizette e pelo secretário municipal de Transportes, Carlos José Barreiro, em entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, 5 de maio, na Sala Azul da Prefeitura.

Para continuar reduzindo esses índices, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) programou várias ações de educação para a mobilidade em maio, quando ocorre o Maio Amarelo – “Atenção pela Vida”. O órgão vai novamente encampar o movimento, criado em 2014 pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (www.onsv.org.br), em apoio à Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 da Organização das Nações Unidas (ONU), lançada em maio de 2011. As iniciativas do município dentro do Maio Amarelo também foram anunciadas no evento de hoje à tarde. A programação completa pode ser consultada no hotsite www.emdec.com.br/maioamarelo.
 
Das 74 vítimas fatais no ano passado, 36 (48,6%) eram ocupantes de motocicletas, 24 (32,4%) eram pedestres e 14 (18,9%) eram ocupantes dos demais veículos. Essas 74 mortes ocorreram em 70 acidentes.
 
Terminaram no trânsito campineiro as vidas de 53 homens (71,6%) e 21 mulheres (28,3%). Considerando somente os pedestres (24), homens e mulheres foram igualmente vitimados – 50% cada. Considerando os ocupantes de veículos (50), faleceram 41 homens (82%) e 9 mulheres (18%).
 
Levando em conta especificamente os pedestres, as vítimas fatais se concentraram nas faixas etárias de 72 a 77 anos (6 vítimas - 25%) e de 54 a 59 anos (5 vítimas - 20,8%). Dos 24 mortos, 15 (62,5%) tinham acima de 54 anos (aqui também somando as faixas etárias de 66 a 71 anos, com 1 vítima, e acima de 78 anos, com 3 vítimas). Levando em conta os ocupantes de veículos, as vítimas fatais se concentraram na faixa etária de 18 a 35 anos (34 vítimas - 68%).
 
As motos tiveram influência em mais da metade dos acidentes fatais. Elas se envolveram em 38 (54%) desses 70 acidentes. E o número de vítimas fatais motociclistas, que havia caído 23,1% em 2015 (de 39 para 30), subiu 20% em 2016 (de 30 para 36). 
 
A maioria das 36 vítimas que estavam em motos eram homens, 32 no total (88,8%). E 19 (52,7%) dessas 36 vítimas eram jovens de 18 a 29 anos.
 
Metade dos 70 acidentes de trânsito fatais aconteceram nos fins de semana, com forte concentração no período noturno: foram 20 (28,5%) em sábados e 15 (21,4%) em domingos. Os meses com mais vítimas de trânsito fatais foram outubro (10), abril (9) e setembro (8).
 
Foi alto o percentual do ônibus nos atropelamentos fatais: 5 no total, 20% de todos os veículos envolvidos nessas 24 ocorrências, sendo que ele representa apenas 0,6% dos automotores em circulação. 
 
As vias com mais vítimas de trânsito fatais em 2016 foram as avenidas John Boyd Dunlop (6), Ruy Rodriguez (5) e Anchieta (3).

 

O prefeito Jonas Donizette destacou a diminuição das vítimas fatais pedestres, de 37 em 2015 para 24 em 2016, mas alertou: “Precisamos continuar engajados, aumentando o senso de responsabilidade entre os cidadãos. Esses números são pessoas que tinham sonhos, expectativas - sem mencionar o impacto familiar e na saúde pública por suas perdas”.
 
O chefe do Executivo elogiou as mulheres, cuja mortalidade ao volante ficou bem abaixo da masculina. “Estão revertendo uma fama culturalmente implicada, portanto que possamos aprender com elas”, concluiu.
 
Jonas prometeu especial atenção aos jovens, por conta da alta fatalidade no trânsito, e às motocicletas, “veículos que expõem mais os condutores”. Lembrou também que, para além das campanhas educativas que fomentam escolhas seguras, o entendimento jurídico tem se modificado na sociedade, gradualmente considerando dolosos, ou seja, com intenção, os acidentes resultantes da combinação entre álcool e direção.

 

A coletiva teve início com apresentação do secretário Carlos José Barreiro, resumindo e interpretando os principais dados de acidentalidade, além das ações previstas no Maio Amarelo. Foi exibido um vídeo do movimento. “As mortes no trânsito brasileiro equivalem à queda de um avião por dia. Dezenas perdem suas vidas sem que haja a mesma consternação pública”, observou.
 
“As estatísticas aqui apresentadas pautam nossos programas de segurança no trânsito”, explicou Barreiro. “São projetos de engenharia de tráfego e educação que têm surtido efeito, embora a intenção seja reduzir ainda mais a acidentalidade. Campinas, sozinha, conquistou um índice de mortalidade no trânsito por 100 mil habitantes menor que o de países como Bélgica, Portugal, EUA, México e Chile”. 
 
O prefeito e o secretário compuseram a mesa com o vereador Rodrigo Luís de Barros Almeida, que representou o presidente da Câmara Municipal, Rafael Zimbaldi. Também compareceram os vereadores Ailton Fernandes Sarmento e Luiz Carlos Rossini. Diretores e funcionários da Emdec estiveram presentes. Oito veículos de imprensa cobriram o evento.
 
População e frota em 2016
Baseada nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP), a Emdec calcula que Campinas possuía 1 veículo para cada 1,3 habitante em 2016, repetindo o índice do ano retrasado. Nos últimos anos, a taxa foi de 1,30 (2015), 1,31 (2014), 1,33 (2013), 1,33 (2012), 1,39 (2011), 1,47 (2010), 1,56 (2009), 1,63 (2008), 1,71 (2007) e 1,89 (2006).
 
A estimativa de população, em 2016, era de 1.173.370 pessoas. Em 2015, 1.164.098 pessoas (9.272 pessoas a mais em 2016).
 
A frota, em 2016, atingia 902.306 veÍculos automotores. Em 2015, 894.223 (8.083 veículos a mais em 2016).
 
O Maio Amarelo
O Maio Amarelo se inspira no Outubro Rosa e Novembro Azul, mobilizações que abordam, respectivamente, o câncer de mama e de próstata. O objetivo, descrito em www.maioamarelo.com, é “chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo”. Seu símbolo, o laço, replica os de outubro e novembro e também o da luta contra a Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida), mas na cor amarela (de atenção).
 
Para pacificar a circulação, o Maio Amarelo propõe “mobilizar toda a sociedade, envolvendo os mais diversos segmentos: órgãos de governos, empresas, entidades de classe, associações, federações e sociedade civil organizada”. O movimento já alcança 25 países.
 
O Maio Amarelo apóia a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 da ONU. Neste período, “governos de todo o mundo se comprometem a tomar novas medidas para prevenir os acidentes no trânsito, que matam cerca de 1,3 milhão de pessoas por ano”, diz o texto das Nações Unidas.
 
Os dados da ONU apontam que os acidentes de trânsito são a nona causa de mortes em todo o mundo, além dos aproximadamente 20 a 50 milhões de feridos anuais.
 
Programação Maio Amarelo
Em Campinas, a Emdec lançará neste mês a campanha “Tá lá o corpo estendido no chão”, que pintará silhuetas de corpos em 38 locais onde houve acidentes de trânsito fatais, em especial atropelamentos, para alertar os usuários das vias.
 
Dezessete locais da cidade, como Aeroporto Internacional de Viracopos, Câmara Municipal, Caravela da Lagoa do Taquaral, Estação Cultura, Prefeitura e Torre do Castelo, serão iluminados na cor amarela. Os ônibus do transporte público coletivo municipal (Sistema InterCamp) e os ônibus internos da Unicamp receberão adesivos com o símbolo do movimento.
 
A Emdec também já publicou na internet o “Guia de Prevenção aos Acidentes de Trânsito com Trabalhadores”.
 
Quatro instituições de ensino terão palestras do órgão de trânsito, além da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região (Sindicamp) e das empresas ASK Chemicals, Claro e Brinks. 
 
A Emdec fará blitze educativas em bares do Cambuí e nos terminais de ônibus Central, Barão Geraldo e Ouro Verde. Educadores atuarão na Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), no Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT), no Paço Municipal, na Praça Capital e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – nestes dois últimos, inclusive com instalações de carro e moto batidos. E haverá ações na cidade voltadas a pedestres e motoristas em parceria com o Corpo de Bombeiros.
 
Na segunda edição do “Viva a Glicério”, fechamento da Avenida Francisco Glicério para atividades de lazer e esporte, será montado um minicircuito de trânsito para ensinar sobre circulação às crianças. Os pais / responsáveis poderão participar de uma vivência sobre acessibilidade, usando cadeiras de rodas e vendas nos olhos para entender as dificuldades enfrentadas. O evento Ceasa Gourmet e os shoppings Parque D. Pedro e Parque das Bandeiras também receberão os minicircuitos.
 
A Emdec integrará uma simulação de resgate de múltiplas vítimas de acidente automobilístico na Rua Dr. Delphino Cintra, em frente à Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas. 
 
A Bosch Service promoverá inspeção veicular e ambiental no Portão 5 da Lagoa do Taquaral, vistoriando 40 itens de segurança dos veículos, com abordagens educativas da Emdec.
 
A programação completa do Maio Amarelo em Campinas pode ser consultada em www.emdec.com.br/maioamarelo. A Emdec pretende atingir pelo menos 100 mil pessoas diretamente.
 
Educação para a mobilidade
Independente do Maio Amarelo, a empresa realiza ações constantes junto a diferentes públicos em seus projetos de educação para a mobilidade. O munícipe pode conhecê-los no endereço eletrônico www.emdec.com.br, na aba Educação. 
 
O Art. 320 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que a receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito seja aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
 
Para reforçar esse investimento, Campinas deverá receber do Governo do Estado de São Paulo uma verba de R$ 3,3 milhões voltada à segurança viária. O montante, oriundo de multas arrecadadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP), será repassado no contexto do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, que pretende reduzir pela metade o número de vítimas fatais no trânsito paulista até 2020. O programa nasceu influenciado pela Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020.

Com foto de Carlos Bassan (Avenida Francisco Glicério)
Autor: Edgard Oliveira Jr. Última alteração em 05 de Maio de 2017 às 18:54