Notícias

ver todas
Total de vítimas fatais no trânsito de Campinas recua 8,3% em 2015


Campinas teve 81 acidentes de trânsito fatais em 2015, com 88 mortes no total. Os números, detalhados no Caderno de Acidentalidade 2015, foram divulgados pelo prefeito Jonas Donizette e pelo secretário municipal de Transportes, Carlos José Barreiro, em coletiva à imprensa nesta segunda-feira, 20/06, na Sala Azul da Prefeitura.

Apesar do crescimento da população (0,8%) e da frota de veículos automotores (1,5%) entre 2014 e 2015, os óbitos resultantes dessas ocorrências no tráfego urbano caíram 8,3%, de 96 no ano retrasado para 88 no ano passado.

Também diminuíram os acidentes de trânsito sem vítimas fatais (somente ferimentos): 2.350 para 2.021, queda de 14%. Os atropelamentos permaneceram estáveis: 396 em 2014, 397 em 2015 - 75% dos atropelados têm mais de 53 anos.

Das 88 vítimas fatais em 2015, 37 (42,0%) eram pedestres, 30 (34,1%) ocupantes de motocicletas e 21 (23,9%) ocupantes dos demais veículos. Diferente de 2014, quando morreram mais motociclistas que pedestres - 39 (40,6%) contra 31 (32,3%).

As mortes por atropelamentos avançaram 19,4% em 2015 – de 31 para 37 –, enquanto as dos ocupantes de motos retraíram 23,1%, de 39 para 30. Também houve menos vítimas fatais ocupantes dos demais veículos (queda de 19,2%, de 26 para 21).

“Em Campinas, alcançamos um índice de mortalidade a cada 100 mil habitantes de 7,56, metade do Estado de São Paulo, com 13,66, e um terço do Brasil, com 21”, ressaltou o prefeito Jonas Donizette.

Segundo o chefe do Executivo, é diretriz da Administração municipal “formar uma nova geração de motoristas conscientes da valorização da vida” para responder à acidentalidade, concomitante à fiscalização e ações de engenharia de tráfego. Jonas listou 12 trechos do sistema viário já aprimorados dentro do Plano Emergencial de Pontos Críticos, que ganharam maior segurança e fluidez.

  

O secretário Carlos José Barreiro, diretor-presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), explicou as estratégias do município: “Estamos implantando projetos de engenharia de tráfego, melhoria da sinalização e educação no trânsito para reduzir o número de acidentes com vítimas fatais. O objetivo da Emdec, que depende da conscientização de motoristas e pedestres, sempre será proporcionar todas as condições, baseada na legislação de trânsito, para que essa acidentalidade reduza ainda mais”.

Considerando que o número geral de atropelamentos se manteve estável – variou apenas 0,25% a mais, de 396 para 397 – nota-se aumento da mortalidade neste tipo de ocorrência.

Para o prefeito Jonas, o uso imprudente das tecnologias vem ameaçando os pedestres. “Há pessoas que atravessam enviando e recebendo mensagens ou ouvindo música. Também nos preocupam as que adentram a via com dosagem alcóolica proibitiva. A embriaguez nem sempre é do motorista”, alerta. Dos 12 pedestres vítimas fatais do trânsito em 2015 cuja dosagem alcoólica no sangue foi verificada, 6 (50%) estavam embriagados.

Por isso, Jonas prometeu atuar pelo endurecimento das leis que disciplinam o uso de dispositivos móveis no trânsito. “De forma geral, vamos combater o individualismo e desenvolver uma cultura de prioridade ao pedestre”, declarou o prefeito.

Destaca-se, por outro lado, a menor fatalidade nos acidentes sofridos por ocupantes de motocicletas – queda de 23,1% –, uma vez que a frota de motos passou de 125.620 em 2014 para 127.560 em 2015, um crescimento de 1,5%. Esta frota expandiu 294,6% no período de 2000 a 2015. “As iniciativas junto a esse público surtiram efeito. O índice de ocupantes de motocicletas mortos a cada 10 mil motos caiu de 3,10 para 2,35 entre 2014 e 2015”, avaliou Barreiro. 

Acidentes com motos, com os demais veículos e atropelamentos
As motos, que representam apenas 14,3% da frota licenciada, participaram, tirando os atropelamentos, de um terço (33,33%) dos 81 acidentes fatais (27 acidentes de 81). Esses 27 acidentes totalizaram 30 vítimas motociclistas (29 condutores e 1 passageiro).

Acrescentando a esta conta os atropelamentos (8), as motos participaram de 43,2% dos 81 acidentes fatais (35 de 81), sendo 27 acidentes entre veículos e 8 atropelamentos. Nestas ocorrências, faleceram 30 ocupantes das motos e os 8 pedestres, ou seja, as motos centralizaram 38 das 88 mortes no trânsito no ano passado, também um percentual de 43,2%.

Já os acidentes fatais com presença somente de outros veículos, tirando os atropelamentos, responderam por uma fatia de 22,22% (18 acidentes), vitimando 21 pessoas dentro deles (12 condutores, 9 passageiros) e 1 pedestre. Este pedestre foi uma criança de 4 anos atingida por uma roda que se despreendeu de um caminhão, por isso a ocorrência não entrou como atropelamento.

Acrescentando a esta conta os atropelamentos (25), os demais veículos participaram de 53,1% dos 81 acidentes fatais (43 de 81), sendo 18 acidentes entre veículos e 25 atropelamentos.

Conclui-se, então, que dessas três categorias (acidentes fatais com motos, acidentes fatais com os demais veículos e atropelamentos), a maior fatia em 2015 foi mesmo a dos atropelamentos, 44,44% (36 de 81). A Emdec registrou 36 ocorrências veículo x pedestre, com 36 mortes.

Nestes 36 atropelamentos fatais, estiveram envolvidos 18 carros (47,4%), 8 motos (21,1%), 6 ônibus (15,8%) e 3 caminhões (7,9%). Três não foram identificados (7,9%).

Analisando a natureza dos acidentes fatais, além dos 44,44% de atropelamentos, houve, principalmente, choques (veículo em movimento x obstáculo sem movimento), com 19%, e abalroamentos (entre veículos em movimento em faixas distintas, porém no mesmo sentido; quando um deles inicia conversão à direita ou à esquerda; quando vão em direções diferentes com um ângulo de 90° - cruzamentos, saídas de estacionamentos etc), com 14%.

Os 81 acidentes que resultaram em óbitos tiveram, somados, 110 veículos: 47 carros (42,7%), 39 motos (35,5%), 13 ônibus (11,8%), 4 caminhões (3,6%) e 3 bicicletas (2,7%). Outros quatro veículos (3,6%) não foram identificados. Este é o percentual do tipo de veículo em relação à soma dos veículos de todas as ocorrências (110).

É diferente do percentual do tipo de veículo em relação ao total de acidentes fatais (81), em que a moto alcança os 43,2% de participação (está em 35 ocorrências). Os demais veículos, nesta comparação, alcançam 53,1% (estão em 43 ocorrências). O tipo de veículo não foi informado em 3,7% dos acidentes fatais (3 atropelamentos).

Perfil das vítimas
Dos munícipes que perderam a vida no trânsito campineiro em 2015, 51 (58%) tinham entre 18 e 41 anos.

- De 0 a 5 anos foram 3;
- De 6 a 11 anos, 0;
- De 12 a 17 anos, 1;
- De 18 a 23 anos, 14;
- De 24 a 29 anos, 15;
- De 30 a 35 anos, 8;
- De 36 a 41 anos, 14;
- De 42 a 47 anos, 3;
- De 48 a 53 anos, 5;
- De 54 a 59 anos, 7;
- De 60 a 65 anos, 3;
- De 66 a 71 anos, 2;
- De 72 a 77 anos, 4;
- Acima de 78 anos, 9.

Destes 88, 77% eram homens e 23% mulheres.

Considerando somente os que estavam nos veículos, 86% das vítimas eram homens e 14% mulheres. Levando em conta apenas os ocupantes de motos, 93% homens (56,7% jovens, entre 18 e 29 anos) e 7% mulheres. Das vítimas fatais pedestres, 65% eram do sexo masculino e 35% do sexo feminino.

Dias e horários mais perigosos
Os meses mais fatais no ano passado foram novembro (14 mortes), outubro (13) e maio (9). Os meses menos fatais, dezembro (2), setembro (4) e janeiro / junho (ambos com 5). Às sextas-feiras, sábados e domingos aconteceram 58% dos acidentes – as motos têm picos nestes dias. Já as mortes de ocupantes dos demais veículos se concentram nos sábados e domingos. Os atropelamentos, por sua vez, nas segundas, quartas, sextas-feiras e domingos.

O pico de acidentes fatais com motocicletas foi das 17h00 às 17h59. Quanto aos acidentes fatais envolvendo os demais veículos, incidência sobretudo das 06h00 às 07h59 e 17h00 às 20h59. Em relação aos atropelamentos fatais, predominaram as faixas horárias 07h00 às 7h59 e 19h00 às 20h59.

Consumo de álcool
O Instituto Médico Legal (IML) coletou o sangue e verificou a dosagem alcoólica de 42 (48%) das 88 vítimas fatais do trânsito campineiro em 2015. Cinco eram passageiros, portanto as amostras foram desconsideradas. Quanto aos demais, 26 (70,3%) apresentaram dosagem alcoólica negativa. Os 11 restantes (29,7%) tinham dosagem alcóolica proibitiva e não poderiam estar dirigindo veículo automotor. Destes que tinham dosagem alcóolica proibitiva, 63,6% posuíam entre 24 e 41 anos.

Taxa de motorização
Baseada nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran SP), a Emdec calcula que Campinas já possui 1 veículo para cada 1,3 habitante. A relação segue a caminho da equiparação (1 veículo para 1 habitante). Nos últimos anos, foi de 1,31 (2014), 1,33 (2013), 1,33 (2012), 1,39 (2011), 1,47 (2010), 1,56 (2009), 1,63 (2008), 1,71 (2007) e 1,89 (2006).

A estimativa de população, em 2015, era de 1.164.098 pessoas – em 2014, 1.154.617 (9.481 pessoas a menos).

A frota, em 2015, atingia 894.223 veículos automotores – em 2014, 881.235 (12.988 a menos).

Ações da Emdec
Os índices de acidentalidade pautam programas de segurança do trânsito da Emdec. Os números subsidiam a implantação de políticas públicas, através de ações integradas de engenharia, educação, operação e fiscalização de trânsito.

A Emdec realiza ações educativas junto a vários públicos em seus projetos de educação para a mobilidade. O próprio papel dos Agentes da Mobilidade Urbana – atualmente 373 – não é unicamente fiscalizar (multar), mas também orientar, operacionalizar o trânsito e educar.

As vias do município são sinalizadas, indicando a velocidade máxima permitida em cada uma, que pode ser de 40, 50, 60 e 70 km/h. Para garantir o respeito à legislação de trânsito, Campinas também possui 103 radares em operação, que funcionam em sistema de rodízio em 200 pontos. Há, ainda, 90 guardas municipais (GMs) reforçando a fiscalização de trânsito.

O valor líquido arrecadado com as multas de trânsito – manuais e eletrônicas – em 2015 foi R$ 62,6 milhões. Em 2014, R$ 65,2 milhões. A receita arrecadada é aplicada exclusivamente em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito, segundo determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Autor: Edgard Oliveira Jr. Última alteração em 20 de Junho de 2016 às 18:26